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Era tarde de outono. O sol, sempre lindo nesses dias, fazia vibrar meu coração, tão grande a sua luz. Uma brisa. Um sopro dos lábios de mãe sobre a ferida sapeca de um garoto perdido. No canteiro de margaridas, suave, rancou um teco da corola, que voou livre para a incerteza. Infante - meus olhos nunca esqueceram aquela imagem - eu pedalava destemido seguindo a pétala que se apoiava no vento. Parecia mágica, parecia vida. Quanto mais eu pedalava mais o lago crescia. O vento cessou. Era o fim? Amarela, caiu sobre o brilho das águas. Cheguei a tempo de ver a imagem refletida: uma flor.
[Marcos RoMa]
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