25 de setembro de 2009

Despertar

Hoje acordei tão ontem!
Perdi a noção das horas
E do homem que já fui.
Acordei tão eles. Tão vocês.
Venham, vamos voar
Ensaiar o passo das nuvens.
Me chamem de vento!
Quero chutar o sol
E beber do mar.

Hoje acordei antes do dia
Antes dos tempos.
Ao leste do leste é meu lar.
Tenho corpo etéreo
E alma eterna.
Vivo e desvivo lá e cá.
Eu sou a brisa de Deus
O lírio do campo
Eu sou a pena do sabiá.

[poema de Eduardo Sigrist]

2 comentários:

  1. Eduardo,
    um exercício e tanto, hein?
    a segunda estrofe do poema é qse perfeita e arrisco a dizer q o poema ganharia em contenção e condensação, ou seja, em significação se fosse apenas essa estrofe.
    eu tiraria o "Hoje", q deixaria o poema mais misterioso e atemporal.

    na primeira estrofe os versos "ensaiar o passo das nuves" e "quero chutar o sol" são muito bons.

    parabéns...

    Edson Cruz

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  2. Ótimo Eduardo, a idéia da pena, embora rechaçada na aula de ontem, no seu texto ganha um lirismo muito peculiar, quase social, isso por conta dos três últimos versos e pelo fato de ela ser uma pena de Sabiá, que é por si só, tão lírico, tão poético...

    Tiago Araújo

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