10 de janeiro de 2009

Sigamos com a renga...



Respostas ao inquérito:

Começo pelo final, para mim Poesia é um arrastão, uma renga, uma reciclagem diária rumo a metáforas e metonímias, portanto aproveito a deixa de Ricardo Silvestrin, para seguir o Inquérito Poético e dizer que justamente o que sobra , quando não é silêncio, é conVersa e em mim poiética, um caminho a revelação Poética.

Ferreira Gullar, Cabral, Emily Dinckinson, além de Dobrar as Esquinas da Vida, não se cansam, caso necessário de trabalhar 10 anos tecendo um manhã, feito galos, para que um poema nasça em cada qual que eu encontro.
Sigo com eles, elejo seu textos para evidenciar a importância do con-texto, além de qualquer movimento, suas vozes são uma ecologia de linguagem.

1) O que é poesia para você?

Poesia é isso, créditos de outros créditos para seguir existência, seja em Livro, seja em palavra, versos que convesam...
Então, para fugir desta derradeira verdade buscamos morrer num ponto, numa respiração, num encontro, em um trabalho que nos dignifique como humanos, passagens em travessia.
Também por isso, para mim, a Poesia é a mãe da linguagem e deve estar em todo Bom Escrito Literário.
Penso que o ser poiético busque um tempo menos cego que o simples calendário, que o contar dos ponteiros, mas mais simbólico para dar conta do real avassalador que está atravessado em seu olhar, em sua escuta e passos.
Poesia para mim é viver dos próprios olhos, por isso é uma construção diária, um trabalho intenso, porque para morrer basta nascer. E para não morrer de qualquer maneira, buscamos nossa respiração, trabalhamos, esculpimos e inventamos palavras, deslocamos vazio, perseguimos o que não está, para um dia ser, simplesmente Ser.

2) O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?

Não ter medo de errar, abusar da criatividade, se melecar de palavras e de outros e, principalmente, saber que no princípio todos imitamos alguém, mas no final Poesia, mais do que classificação, será estilo por ser sempre um intenso trabalho subjetivo, ainda imensurável, mas muito cantado, falado.
Podemos mensurar o valor de um prédio, porém como saberemos do Valor Poético a não ser ao compartir versos, leituras e vivências?
Com isso, quero dizer, que o mais difícil para o fazer poético é matar o próprio narciso, o que sucede com qualquer humano. No entanto, a diferença está que no fazer poético ele não se cala e grita e escreve e inventa para seguir re-invenção a mais Criação, um amor real de construção...


Carmen Silvia Presotto, nascida em Sarandi – RS, em 27 de agosto de 1957. Professora Graduada em Língua Portuguesa e Literatura Clássica pelo Instituto de Letras da UFRGS em 1981. Obteve formação psicoanalítica junto a Escola Brasileira de Psicoanálise e Poesia Grupo Cero, onde exerceu atividades psicanalíticas até o ano de 2006. Publicou em coletâneas. Integrou as Oficinas Literárias Scrivere; Atelier da Palavra; Verbo Cronicar; Grupo de Poesia Grupo Cero, onde também coordenou encontros poéticos e a Revista de Poesia Àguaviva. Integrou as oficinas de Poesia com Fabrício Carpinejar; A Poesia em tempo de Internet com Edson Cruz; Oficinas de Memória Narrativa com Luís Augusto Fischer, Paisagem e Cultura da Grécia Clássica com Franscisco Marshall, no StudioClio, onde segue os Ciclos de Filosfia Grega e Contemporânea com Donaldo Schüler. Autora das Obras – Dobras do Tempo e Encaixes. Coordenadora Contextual do Site www.vidraguas.com.br

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